domingo, dezembro 17, 2006





Por esta hoje, é que elas não esperavam certamente!
Ontem fiz por aqui um serãozinho e descobri algo maravilhoso -- quanto a mim, claro -- que sei ser também do agrado das minhas filhotas.
Vai daí, como sei que elas vêm aqui cuscar as "tretas" da mamã -- aqui lhes deixo esta pequena maravilha do Alexei Yagudin!

Aqui vai meninasssss!!!!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=A5qh0nBB2QM

http://www.youtube.com/watch?v=d99jVWF5kxA

Maravilhaaaaa!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=5fFGcDAZ5sg

http://www.youtube.com/watch?v=3-43UIojqg8

Byeeee meninas! Deixo-vos este docinho também:

http://www.youtube.com/watch?v=HjAttvrHfh4

UM BOM DOMINGO!!!!!





terça-feira, dezembro 12, 2006



Já agora, por falar em mangas...hoje comprei o último livro do José Eduardo Agualusa: PASSAGEIROS EM TRÂNSITO.

O que têm as mangas a ver com o livro...?!



" -- Tudo o que é mato engorda.

Concordo. Veja bem: as mangas. Durante um mês, enquanto atravessei o Congo, comi apenas mangas. Só o perfume das mangas, se forem doces, já alimenta.
Isso ou um canavial a arder. Goiabas maduras. Também se pode sobreviver muito tempo comendo unicamente milho ou feijão. Um homem em andamento não morre de fome. Entrei em Angola, pedalando esta bicicleta. Não sabia que o país estava em guerra.
É como lhe disse, acredite em mim, não leio os jornais, e quando leio passo por alto a política. A política não me interessa. Vim descendo uma estrada imensa. Estranhei não haver um carro. Ninguém naquela estrada. Quando cheguei a Luanda disseram-me que a estrada estava minada, que há anos não passava ninguém por ali, e quiseram saber como é que eu conseguira evitar as minas.
Encheram-me de perguntas. Respondi-lhes: sobrevivi porque não sabia que havia minas. Se soubesse não teria conseguido. (...)

Em determinada altura, numa longa descida, vi soldados agachados em ambas as margens da estrada. Quando dei por eles já era demasiado tarde para parar. Não parei. Cumprimentei-os, "bons dias, bons dias" e continuei.
Ficaram ali, de olhos muito abertos, a verem-me passar.
Fui depois de Luanda até Benguela e de Benguela ao Lubango. A seguir desci a serra e entrei no deserto. Na primeira noite dei com um acampamento de pastores. (...)

Quando sinto que me começo a afeiçoar a um lugar, despeço-me e vou-me embora. Quem não ama não sofre. Quem nada tem, não tem nada a perder. É o que penso."



segunda-feira, dezembro 11, 2006



Estamos em época de doces!
Não, não é a dos doces festivos deste mês...
Falo mesmo da época fria, em que nos apetece estar à lareira
tomando um cházinho com algo doce!
Estamos na época das compotas!!!!
E eu tenho uma amiga que tem um jeitinho especial para a cozinha: em
particular os doces! Digamos antes -- as compotas!


Aqui vai pois uma das suas receitas:

DOCE DE MANGA DA LOENGO

Ingredientes:

- 01 kg de manga (polpa);
- 600 gr de açúcar;
- 03 gr de canela em pau.

MODO DE FAZER:

- Lavar e descascar as mangas;
- Fazer uma polpa
- Misturar todos os ingredientes e levar ao fogo até ficar bem consistente.
- Guardar em frascos hermeticamente fechados

sábado, dezembro 09, 2006




Hoje sem esperar...encontrei um dos meus filmes
preferidos que por sinal, tem também uma linda
música: THE MAMBO KINGS!
Antes de me deitar, vim deixar-lo aqui convosco.

sexta-feira, dezembro 08, 2006



Faz tempo que aqui não venho...o trabalho apertou, e lá ficou este meu cantinho abandonado. Não que me esqueça dele: não!, quantas coisas ao longo dos dias me passam pela mente, desejando vir aqui desabafar...
Hoje por acaso, fui trabalhar mas, não tive clientes -- a época não está famosa no comércio tradicional. Daí que me tivesse debruçado sobre um livro do Gabriel Garcia Márquez que por lá andava abandonado numa das gavetas, para passar o tempo.
Sinceramente, este seu livro: "Memória das minhas putas tristes" -- talvez devido ao título -- nunca me tinha suscitado interesse. É que, para tristezas e ainda por cima...dessas: não me achava atraída.
Enganei-me!
Talvez por ser pequeno, hoje peguei nele e -- curioso -- desde o princípio não mais o larguei!
Falando do personagem ( sinceramente acho que se retrata...), cronista octogenário dominical diz:
<< Nunca fez outra coisa na vida a não ser escrever>>.
Acrescenta porém:
<< ...Mas não tenho vocação nem mérito de narrador, ignoro por completo as leis da composição dramática, e se me meti nisto é porque "confio na luz do muito que li na vida.>>
Tem partes hilariantes, apesar de tudo, pois encerra uma vida de solidão que, apenas aos 90 anos conhece o amor. Solidão esta, vivida num frenesim de lençóis mas...solidão!
Bem, o livro já tem algum tempinho, por isso já devem saber a história...se não, estão a tempo de o fazerem -- é bom e recomendo!
É um passar de vidas, encontros e desencontros. Já bem avançado na estrada da vida, tenta obter o que afinal sempre teve junto de si...
<< Nunca me apaixonei>>
Diz às tantas, dirigindo-se a Damasia -- que sempre viveu junto dele.
Ao que esta lhe responde: << Eu sim. Chorei 22 anos pelo senhor>>.
<< Teríamos sido um par feliz >> -- responde o octogenário.
<< Pois faz mal em dizer-me agora, porque já não me serve nem de consolo. O senhor não vai acreditar mas, continuo a ser virgem, graças a Deus>>.
E é por esta última frase de Damiana, que eu digo que, sempre teve junto a ele o que agora aos 90 anos tanto procurava!
O que mais me comoveu nesta cena foi quando depois desta última deixa, entra em casa e descobre que Damiana tinha deixado jarras com rosas vermelhas por toda a casa e um cartão na almofada: << Desejo-lhe que chegue aos cem >>.
A história não se move em volta de Damiana mas...eu sou realmente uma lírica como alguns amigos me chamam -- por isso senti este assunto muito mais importante do que a procura de amor numa virgem de quinze anos.
Enfim, maneiras de sentir, e de ler também!

sexta-feira, novembro 24, 2006



“Entre o açúcar mascavado & os Orégãos”

A história foi bem simples e sinceramente – em nada original.

Ainda há dias, um amigo me contara um caso idêntico, passado lá no seu kimbo:
"uma sra., abandonara o lar, trocando o marido por um radialista, detentor de uma voz linda de morrer, que em nada se identificava à imagem real!"

Mas, nem que a história fosse a mesma, nem que a tivesse ouvido de diversas formas – esta teve um condimento especial! Sim, digo bem – condimento. Às tantas, o locutor disse que a tal sra., “de tão apaixonada pela voz “ tinha espalhado colunas pelos mais diversos cantos da casa. Até na casa de banho. Ah, mas não, não foi isso que despertou a minha atenção…Foi sim quando o locutor confidenciou que, uma das colunas, se achava “acomodada” na dispensa entre o açúcar mascavado e os orégãos! Que querem que vos diga?, eu sou assim mesmo! Há frases simples que para mim dizem muito quando colocado um elemento assim…simples também mas que lhe dá “aquele toquemágico – dando-lhe a “alma” necessária. Aqui, por muito estranho que vos pareça…foi o açúcar & os orégãos. Ah, convém dizer que a senhora conseguiu marcar um chá em sua casa com o tal radialista e…lá estavam eles à conversa! O senhor “grisalho e de olho de vidro” falava agora com a senhora, sem ser através das colunas…Faltou saber se o chá era de orégãosadoçado com açúcar mascavado…?!

Mas que importa se o “senhor grisalho de olho de vidro” estava agora ali…
(...) Entre mim e a cidade se ateia a perspectiva
De uma angústia florida em narinas frementes.
Apalpo-me estou viva e o tacto subjectiva-me
a galope num sonho com espuma nos dentes.
E invoco-vos, irmãos, Capitães-Mores do Instinto!
Que me acenais do mar com um lenço cor da aurora
E com a tinta azulada desse aceno me pinto.
O cais é a urgência. O embarque é agora.


Natália Correia


sábado, novembro 18, 2006



Outside another yellow moon Has punched a hole in the nighttime, yesI climb through the window and down to the streetI'm shining like a new dimeThe downtown trains are full with all of those Brooklyn girlsThey try so hard to break out of their little worlds
Well you wave your hand and they scatter like crows They have nothing that will ever capture your heart They're just thorns without the roseBe careful of them in the dark Oh, if I was the one you chose to be your only one Oh baby can't you hear me now, can't you hear me now
Will I see you tonight on a downtown train Every night it's just the same, you leave me lonely now
I know your window and I know it's lateI know your stairs and your doorwayI walk down your street and past your gate I stand by the light at the four-wayYou watch them as they fall, oh baby, they all have heart attacks They stay at the carnival, but they'll never win you back
Will I see you tonight on a downtown trainWhere every night, every night it's just the same, oh baby Will I see you tonight on a downtown trainAll of my dreams they fall like rain, oh baby on a downtown trainWill I see you tonight on a downtow train
Where every night, every night it's just the same, oh baby
Will I see you tonight on a downtown trainAll of my dreams just fall like rain, all on a downtown train All on a downtown train, all on a downtown trainAll on a downtown train, a downtown train


http://www.officialtomwaits.com/main1.jpg

sexta-feira, novembro 17, 2006


BANHO CHEIROSO


Você deve tomar banho cheiroso
Prá acabar com essa mofina
E o corpo ficar jeitoso
Você sente uma moleza
Sem ter doença nenhuma
Tem a vida atrapalhada
Não consegue coisa alguma
Então ouça o meu conselho
Ele é muito valoroso
Pois não perca mais seu tempo
E tome banho cheiroso
Você deve tomar
Banho cheiroso
Prá acabar com essa mofina
E o corpo ficar jeitoso
Ele é feito de tipy
Pau de angola e puxuri
Leva trevo de mulata
E também patchouli
Jardineira, pataqueira
E também manjericão
Leva rosa todo ano
Amoníaco e açafrão.
Você deve tomar banho cheiroso
Prá acabar com essa mofina
E o corpo ficar jeitoso



Foi
ainda hoje, lendo uma entrevista ( no Mil Folhas do Público ) da Vanessa Rato a Philippe Claudel, onde dizia que: "há escritores que dizem ouvir vozes...". No caso de Philippe C., a escrita surge a partir de "uma música, uma palavra, uma imagem mental, um perfume...", que pensei:

-- Curioso!, também a mim me basta uma palavra, ou frase, apanhada ao virar de uma esquina e, começa logo ali a minha divagação.
Ah, o perfume! Isso então, faz despertar em mim múltiplas sensações. Normalmente transporta-me a locais, épocas -- sentimentos vários são acordados!

Ontem, o Chanel nº 5 ao virar da página -- deixou-me um amargo de boca enorme.

Detesto o Chanel nº 5!

Detesto perfumes de mulher fatal -- fortes, agressivos, estonteantes!

Ontem então...foi demasiado -- não o esperava ali: ao voltar da página!, mas lá estava ele e...acompanhado por quem não esperava também.

Senti-me mal, quase que traída:

Eu -- no meu Mandarina Duck, fresquinho e tranquilo, tinha sido apanhada por um estonteante Chanel nº 5 que, apesar de já ser batido na praça dos odores parisienses, ainda por cima estava num corpo de mulher irritantemente narcísica!

Mas pronto, que fazer se, os gostos são assim mesmo?

Compreender...?! Não, não me peçam para compreender! Como se pode trocar a companhia de uma Mandarina Duck bem fresquinha, por um nº 5...mesmo que de Paris venha?!!!

São gostos -- aceito! Mas não deixa de me confundir -- a mim, adepta do Mandarina.....fresquinho como ele só!

São gostos...

segunda-feira, novembro 13, 2006


Il Faut Savoir

Charles Aznavour

Il faut savoir encore sourire
Quand le meilleur s'est retiré
Et qu'il ne reste que le pire
Dans une vie bête à pleurer

Il faut savoir coûte que coûte,
Garder toute sa dignité
Et, malgré ce qu'il nous en coûte,
S'en aller sans se retourner

Face au destin, qui nous désarme,
Et devant le bonher perdu,
Il faut savoir cacher ses larmes
Mais moi, mon coeur,je n'ai pas su

Il faut savoir quitter la table
Lorsque l'amour est desservi
Sans s'accrocher, l'air pitoyable,
Mais partir sans faire de bruit

Il faut savoir cacher sa peine
Sous le masque de tous les jours
Et retenir les cris de haine
Qui sont les derniers mots d'amour

Il faut savoir rester de glace
Et taire un coeur qui meurt déja
Il faut savoir garder la face
Mais moi je t'aime trop
Mais moi je ne peux pas
Il faut savoir
Mais moi je ne sais pas

domingo, novembro 12, 2006


Malembe, malembe...fui fazendo as minhas amizades. Confesso: tive algumas desilusões! Dou-me demais quando penso estar no caminho certo -- talvez por isso a desilusão seja maior!

Isto vem a foice porque, esta semana reuni dois dos amigos conquistados nestas andanças da NET. Costumo dizer que nisto da NET: temos de ser o mais sinceros possível se, queremos ter amizades verdadeiras. Penso ter conseguido,com estas duas relíquias encontradas: sim porque, houve sinceridade de ambas as partes!

Fomos jantar, divertimo-nos enquanto disfrutávamos a boa comidinha. O António deu-nos a sensação de ser - um autêntico dinossauro pois, conhecia tudo antes das coisas serem do nosso conhecimento e -- apenas oito anos nos separam!

A Dina dizia: "Parece dinossaurico quando fala!".

Sim,só quando fala! Ao se referir o nome do Duo Ouro Negro...lá veio ele com a frase: "Conheci-os, eram eles kandengues
e --
já morreram!"

Foi uma noite bem agradável! A dona do restaurante, apercebendo-se da nossa origem, disse quando se despediu: "Também fazemos moamba
!"

Seguimos para minha casa. Aqui, a
música é rainha!
O António pediu algo que pensava não puder ser satisfeito mas...teve! Aqui há de tudo. omo costumo dizer -- só falta ter discos debaixo dos tacos!

Gostei de ter recebido os meus amigos sanzaleiros. Tivemos um sunguilar diferente e agradável. Foi pena ter sido pouco tempo...

Oporunidades não faltarão! O António seguirá com a esposa para o Porto, a Dina está por aqui perto.

Eu -- estarei sempre disposta
em receber estes meus amigos!

Kandandus para ambos e -- até breve!

sábado, novembro 11, 2006



Fim-de-semana é...fim-de-semana e
mánada!!!!


http://www.anos60.com/portugal/duo_ouro_negro/conteudo.htm

http://www.esnips.com/doc/b06dc0a1-233b-4113-a449-bbbf4423424e/Bartolomeu_Prado-Pa%EDm.mp3





Hoje é um dia muito especial para muitos Angolanos -- é dia de Dipanda! Cada um terá as suas mágoas mas, vamos lá -- como o povo sempre faz : digerir as mesmas, numa boa kizomba! Aqui vos deixo hoje isto e...divirtam-se!

É fim-de-semana pessoal!!!!!

http://mmeixide.multiply.com/tag/musica

http://mmeixide.multiply.com/music


http://www.artistdirect.com/nad/music/artist/card/0,,658963,00.html

quarta-feira, novembro 08, 2006



Idalina -- missionária em Moçambique -- foi assassinada cruelmente!
Ontem foi a primeira notícia que ouvi no Telejornal matutino mas, mais do que a notícia -- a sua foto num dos jornais, deixou-me de lágrima caindo.
Idalina, tinha um ar simples e feliz ali!, no meio daquelas crianças, também elas visivelmente felizes pela sua companhia:

talvez se sentissem protegidas e amadas...

O seu rosto tranparente de felicidade, não merecia a crueldade a que foi submetida: até à morte! Como pode alguém tomar de assalto a vida de outro seu irmão que, a outros se dedica com amor?!

E as crianças? Já pensaram em como -- para além de nada possuírem -- ainda por cima têm de fugir, para preservarem a única coisa que possuem de seu -- a vida?!

Idalina era missionária de coração e alma. Pretendia prolongar a sua missão -- estava feliz! Sentia-se útil, gostava do que fazia...
A missão acabou ali. trágicamente.

E...as crianças?! Por quantas mais vezes, terão de fugir para, poderem continuar a viver? Mesmo em condições precárias, a vida é o seu bem maior ao qual têm todo o direito!

Que este episódio não faça abrandar a juda missionária. Há sempre alguém que tomba cumprindo uma missão...é doloroso mas, também há quem tombe matando: esta pelo menos é uma causa justa!

Espero não ter chocado alguém mas, é a minha maneira de ver...

Hoje, já de passada mais firme, gostava de contar-vos a razão do meu "Chá de Laranja Lima".

Tudo começou pelo desencantamento em "sítios" por mim antes (assíduamente -- confesso!) visitados. Tudo tem um fim!, chega sempre a hora do desamor.
Depois, houve alguém que me disse: Porque não abres um blog?!
Estava muito longe de o fazer mas, a proposta veio a ter sentido...afinal, os meus amigos viriam visitar-me aqui! E assim fiz -- a medo mas fi-lo!

Ah!, a razão do nome?!

É assim, se houve algo que me marcou na minha juventude : " Meu Pé de Laranja Lima" do José Mauro de Vasconcelos -- foi o livro maravilha que marcou uma data, um tempo sem igual: a minha vida em África! Só o nome me reporta logo aos tempos de menina e moça...

Bem, mas surpresa das surpresas!, nunca pensei que houvessem tantos blogs de chás!!!!!
Ele é Chá de Laranja, Chá de Laranja e...Lima, Chá Verde (puro), Chá de Lima ...!
Fiquei de veras abismada mas -- já estava!

sábado, novembro 04, 2006


Apesar De Você

Chico Buarque

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.

E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….

.............Desculpem lá mas, isto deve ser por estarmos em fim-de-semana! Dá-me sempre p'rá música!

sexta-feira, novembro 03, 2006


PERDÃO


Yo no sé si es prohibido
Si no tiene perdón
Si me lleva al abismo
Solo sé que es amor

Yo no sé si es pecado que tiene castigo
Si es faltar a las leyes honradas
Del hombre de Dios

Solo sé que me aturde la vida
Como un torbellino
Que me arastra, me arrastra
A tus brazos en ciega pasion

Es más fuerte que yo
Que mi vida, mi credo y mi sino
Es más fuerte que todo el respeto
Y el temor de Dios

Aunque sea pecado
Te quiero, te quiero lo mismo
Y aunque todo me niegue el derecho
Me aferro a este amor


CAETANO VELOSO

"Chamo-me António Lobo Antunes, nasci em São Sebastião da Pedreira e ando a escrever um livro."


Houve tempos em que, evitava ler Lobo Antunes. O problema era meu, claro. Chamo problema pois, pensava não estar à altura da sua escrita. Não é por nada mas, A. Lobo Antunes -- só o nome por si me intimidava.

Descobri no entanto -- muito mais tarde -- que o problema não era meu nem do A.L.A. mas, das pessoas que o liam e me diziam: << É uma leitura difícil...não é para qualquer um!>>
Ora, quem era eu, para me atrever na sua escrita se, outros mais cultos que eu a achavam difícil de entender?!
Certo dia, num hipermercado da zona, dirigi-me à pilha de livros em promoção. Um deles era precisamente as "Crónicas" do L. Antunes -- arrisquei.

Surpresa!, desde a primeira à última das suas Crónicas: não parei!
Em algumas delas fui até personagem. Não vou esquecer nunca mais uma delas:

"Emília e uma noites"

(...) não mereço isto hoje dia 1 de setembro, dia dos meus anos em que Angola me veio com toda a força ao corpo. Aos que se interessam pelo que escrevo peço desculpa: ia dar-vos uma crónica chamada Emília e uma noites: pensei nela, tinha-a mais ou menos na cabeça (...) achava que vocês iam gostar e todavia não consigo: há tanta coisa em mim, tanta metrelhadora, tanto morteiro, tanta horrível miséria. Pra a próxima garanto que faço os possíveis por vos dar uma crónica como vocês gostam.
Hoja não posso: é o dia dos meus anos e Angola veio-me com toda a força ao corpo. (...)
Tinha pensado numa coisa bem gira chamada Emília e uma noites e agradeço-vos a pachorra de aturarem por tabela Angola com toda a força no meu corpo. Para mais isto deve estar uma porcaria porque nunca na vida escrevi nada tão depressa.
Mas agora pergunto: será que se consegue soltar um grito devagar?"

Hoje, ao ler um trabalho jornalístico sobre o seu novo livro, descobri a razão pela qual, eu -- pessoa de instrução média -- entendia e me emocionava com a sua escrita:

"Não se preocupem com o livro porque aquilo que escrevo pode ler-se no escuro. Porque é a vida"

É a vida!, mas há que vivê-la e, também a mim, de quando em vez:

Angola vem-me com toda a força ao pensamento!
É a vida...





quinta-feira, novembro 02, 2006




Esta chuvinha convida ao sofá, à manta e a um bom livro...
A chuva, já cá a temos! A manta: é só ir buscá-la e o livro -- está ali há dias, esperando por mim...

O Assobiador do Ondjaki!
Já lhe passei os olhos por entre as páginas. Gostei do que vi, mesmo de soslaio.
Mas acho que ainda não será hoje que darei início à sua leitura. Isto porque, tenho ali umas castanhas à espera que lhes dê o golpe fatal e num tacho as coloque juntando-as à erva-doce!

E daí...quem sabe (?) , pode ser uma conjugação agradável: eu, as castanhas e -- O Assobiador.

Vou só espreitar mais uma vez:

"Chegou em Outubro, ao mesmo tempo que as chuvas compridas e silenciosas daquela aldeia. Os cabelos caíam-lhe pelos lados magros da cara, a roupa estava totalmente ensopada e pesada, os olhos mal se abriam de tanto espanto: era uma chuva tão molhadora como qualquer outra, mas sem o dom natural de fazer barulho ao cair. Acreditou estar no meio de um intenso nevoeiro, e abriu a boca. Provou a água, a sua realidade molhada, e sentou-se à porta da igreja. Nunca tinha vivido uma chuva assim. (...)"

Humm...acho que vamos ter um bom sunguilar...eu e o Ondjaki!




sexta-feira, outubro 27, 2006




Como se deve depreender...não tenho estado por cá. Fui até à capital! Raramente as coisas batem certas comigo -- quando não programo -- no entanto desta vez tive uma sorte rara. Tinha eu acabado de chegar, lembrei-me de dar "um toque" para uma amiga:

-- Estou em Lisboa! Estás em Bijeu?! ( foi mesmo assim que escrevi a minha mensagem)

Para meu espanto recebo de imediato uma chamada e...fiquei "atarantada" qual barata tonta sem perceber logo de início o que me estava a acontecer.

Do outro lado -- consegui por fim ouvir:

-- Também estou em Lisboa! Estou a tirar bilhetes para o documentário do Ondjaki, queres que tire um para ti também...?!

Seria aquilo real? Estaria a acontecer comigo...?

OXALÁ CRESÇAM PITANGAS -- Histórias de Luanda.

Não consigo transcrever a emoção que foi ver a sala da Culturgest cheia, como se costuma dizer: a rebentar p'las costuras!
Como foi bom, estar no meio "da nossa gente", poder compartilhar as mesmas emoções e ver em como aquele povo -- o nosso povo -- continua a sorrir mesmo na adversidade!

Ondjaki é para mim, um dos maiores escritores angolanos da actualidade. Tem uma escrita
diferente. Gosto sobretudo, da maneira que lhe é peculiar, em avançar e recuar no tempo, sem que percamos o "fio à meada"!

Foi uma noite inesquecível!

Oxalá...cresçam pitangas!




sexta-feira, outubro 20, 2006


Há três dias que por aqui chove!
Engraçado, sou uma pessoa alegre mas,
sempre que chove, a primeira coisa que me vem à lembrança
é o refrão de uma das canções do Fernando Girão:

Cai neve Em Pleno Verão

" Cai neve em pleno Verão, e dentro da nossa alma
Nós não queremos compaixão
Só um pouco de atenção
E a solução para os nossos traumas

Cai neve em pleno Verão
E sangra o nosso coração."

Nem sequer fala em chuva,nem eu sou
de melancolias mas, o que é certo é que,
estas palavras me assaltam, sempre que as
primeiras chuvas caem...






quinta-feira, outubro 19, 2006


Se há coisas que me perseguem -- frases, imagens -- esta frase , encontrada num livro da escritora, Irene Lisboa, é uma delas:

" Amigo, apareceste, desapareceste...É o teu hábito, bem sei. Escrevo-te, como tantas vezes te escrevi já (...)
São cartas que não pedem resposta, são minutos de desabafo."

"Solidão" -- Irene Lisboa

Isto porque, é assim que eu entendo a amizade. Pena é que -- talvez -- devido à era alucinante em devaneios...por vezes, desacredita-se em amizades desinteressadas. Depois,coabitaremos sempre com a dor, de que: se tivessem confiado em nós -- até hoje poderíamos partilhar -- dividindo solidões...
Fará isto sentido?
-- Para mim faz!

quarta-feira, outubro 18, 2006


Ao Poeta
aqui deixo



António Ramos Rosa

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

***
Hoje não podia sair daqui sem que, vos deixasse este belo poema do António Ramos Rosa -- esse grande poeta hoje homenageado. Lindo, não é?!

Acho que me estou a aguentar!, já vai no 3º dia. Tenho de melhorar, eu sei. Foi por isso mesmo que, me fiz à estrada por esta via blogueira, lolll. Gosto de uma boa prosa com gente de conteúdo rico -- que não tenha só um invólucro agradável -- entendem?! Como costumo dizer, quando estou com uma amiga muito querida -- essa sim, com conteúdo: " Mesmo que tenha olho de vidro e perna-de-pau, se tiver um conteúdo rico -- está tudo salvo!" Não brinco, não,...sempre fui assim. Desde que me conheço. Embalo numa boa conversa, numa bonita voz e sobretudo em boas maneiras!, sim, aquelas que já estão em desuso. Sou assim...que fazer...?!

terça-feira, outubro 17, 2006

"Acendemos paixões no rastilho do próprio coração. O que amamos é sempre chuva, entre o voo da nuvem e a paixão do charco. Afinal, somos caçadores que
a si mesmo se azagaiam. No arremesso certeiro vai sempre um pouco de quem
dispara." -- Mia Couto --

Há sempre um destinatário, mesmo quando os sentimentos não nos saem por palavras e se convertem em escrita. Nunca falamos para nós próprios, ainda que afirmemos o contrário -- há sempre um destinatário!
Mas será que nos entende? Será que entende o nosso código? Ou simplesmente
passa ao lado, achando que nada daquilo lhe diz respeito?
Acreditemos que, pelo menos: o nosso destinatário, nem que seja na última página, decifre o nosso código!
Então, talvez tudo aconteça: até o desencontro !


Suavemente..como quem à sombra da laranja - lima medita, por aqui irei passando. Devagar, devagarinho qual folha caindo...sem no entanto deixar de dizer, o que houver a contar - qual rastilho,seguido por quem atrás vier!


segunda-feira, outubro 16, 2006

Cansada...isto de criar um blog dá uma trabalheira incrível! Especialmente quando somos totalmente azelhas mas -- queremos à viva força ser como os outros! Nada disso!, estou a brincar. O dia foi realmente mais cansativo do que esperava. Pensei ter hoje tempo suficiente para "criar" o meu Chá de Laranja Lima com calma mas...acabou por ser um pouco à pressa. Mesmo assim -- avancei com a ideia: é hoje!
E foi!
Amanhã será outro dia, dizemos nós...
Vamos ver o que o "amanhã" nos irá reservar.