sábado, abril 07, 2007

As "estórias" dos kandengues....



(clicar na foto)

Ya!, já estou de volta! Se tivesse sido uma moambada, levaria mais tempo a degustar mas assim, como foram umas simples ervilhas com ovos: estou de volta!
Ora bem, o "nosso livro" começa com os agradecimentos do escritor aos de "sua casa":

"para a tia rosa, para o tio chico, para o avô aníbal. para a avó júlia. para os camaradas professores ángel e maría. para o avô mbinha. para a avó agnette.
para os da minha infância.

para a ray."

A primeira estória é o voo do Jika. Já a conhecia.
Talvez porque sou mulher...perdi-me logo na terceira "estória": Jerri Quan e os beijinhos na boca -- dedicada pelo autor ao Mateus, à Irene e ao Jackie Chan:

" O Mateus gostava de ir à nossa casa -- fim da tarde -- porque a Irene muitas vezes estava lá à espera dele. Ouvi muitas vezes outras pessoas dizerem que a minha mãe era boa pessoa e a Irene também dizia "a tua mãe é um amor", isso porque a minha mãe deixava a Irene ficar na sala do meio com as portas fechadas a dar beijinhos na boca do Mateus.

Eu não conseguia entender aquilo muito bem mas parece que o pai da Irene não gostava que ela desse beijinhos na boca do Mateus. Ouvi dizer que o pai dela não gostava de negros mas eu até via muitos negros lá na casa dele a beberem e comerem com ele e todos a rirem muitos. Não sei. Se calhar um rapaz negro a dar beijinhos na boca da Irene já era uma coisa diferente.

Quando o Mateus chegou eu já tinha vestido as bermudas azuis e uma camisa branca entalada. O cinto também. A minha mãe tinha me obrigado a tomar banho,cortar as unhas e esfregar bem os pés mas ela era muito simpática, não me obrigava a pentear o cabelo e tinha-se esquecido das orelhas. O Mateus entrou, mexeu-me no cabelo como eu não gostava que fizessem e depois cumprimentou o meu pai.

-- Queres ir ali pra sala do meio, Mateus? -- todo mundo riu, ele ficou bem atrapalhado. A Irene demorou a chegar mas depois apareceu. Ela estava bem bonita com um vestido branco daqueles que o vento gosta de levantar nos filmes."

--- Bem, se quiserem saber o resto da estória...hummm, acho que terão de comprar o livro!

Eu por mim: vou acabar de lê-lo!

Inté pessoal -- já tenho o dia feito -- vou continuarcom a leitura!

Bom fim-de-semana a todos!

4 comentários:

Anónimo disse...

Nota prévia: Conheço mal as obras de Ondjaki.
Estava a ler este pequeno texto e por intuição lembrei-me desse filme-documentário "Oxalá cresçam pitangas" que vi recentemente.
Pelo seu conteúdo ( essa dica espelha o tema) e como gosto da linguagem dos kandangues é um livro a comprar.
Bom fim de semana
Ari

Chá de Lucia Lima disse...

Ari, por acaso também me referi ao Oxalá Cresçam Pitangas -- tanto na Sanzala como no Mazungue -- fui à "estreia"! Lá estavam todos: a Inês Gonçalves, o Kiluanje e claro, Ondjaki!A sala estava replecta: Ondjaki teve de pedir desculpas a quem ficou à porta...foi encantadora a experiência: ver a "nossa" Luanda e os "eskemas da banda"...riu-se de mais é verdade mas, acho que foi devido a toda a envolvência -- é que a sala estava cheia de "malta" da banda!!!!

Se não conheces a obra dele, aconselho-te: "Quantas Madrugadas Tem a Noite" -- começa por esse e, vais ver como não te arrependes!

Mais uma vez:

Obrigada pela visita!

LuOliveira disse...

Que vontade de ler o livro novo (Os da minha rua)! No Brasil, só encontramos o Bom dia camaradas. Os outros,comprei pelo site da livraria cultura, mas este livro mais recente ainda não está disponível. O que fazer??? :(
Até mais,
Luciana.

Chá de Lucia Lima disse...

Oi, Luciana! Que bom ver gente nova por aqui e, que alegria contatar que os "nossos" escritores são lidos aí! Aconselho vivamente também -- do mesmo autor -- "Quantas Madrugadas Tem a Noite"! Este novo livro é uma recolha de Estórias de kandengues que se encontram espalhadas por todos os seus livros.

Pois eu não sei como fazer, Luciana mas,acho que pedindo directamente à Editorial Caminho...mas se tiver outra ideia e eu possa ajudar: estou disposta!

Um beijo para si e obrigada por visitar este cantinho!