Diz o Helder, no seu último post do " Mais, sempre mais!!!" :
"...Ficam recordações de cheiros, sons, vozes, falares, cores, do fim do asfalto, do espaço, do horizonte avermelhado ao fim da tarde, dourado ao princípio do dia, dos pequenos amigos de infância de calções sem cor, numa terra a crescer mais depressa que nós para um destino que ninguém poderá prever. (...)"
Assim começa também "A cabeça de Salomé" de Ana Paula Tavares:
"Acordámos numa manhã de erva-doce e tamarindos e, enquanto a noite se decompunha sobre o mar, preparámos o corpo para a viagem. Água perfumada, óleos essenciais, a roupa dos dias claros..."
Não podem negar que é a Terra Vermelha que faz a ligação entre eles! Os mesmos cheiros, as mesmas cores, as mesmas águas...
Em resumo: a mesma vivência -- África!
" (...) Por fora, chão vermelho acendem-se de acácias que interrompem o verde lento das mangueiras carregadas de mangas e enxames de miúdos.
As crianças praticam os dias, escrevendo a luz em asas de pássaros e cantam a vida, com os seus voos felizes e a alma grande abalada para o céu. (...)
As mães carregam belos panos e olhos tristes, rasgados de palavras por dizer. A terra morta abre-se ao som encorpado dos nomes: Cuílo, Camaxilo, Tchiboko, Alto Tchicapa. Memória de florestas antigas deixa antever as rotas da borracha, da cera e do marfim.
O canto dos escravos e dos contratados ficou gravado no eco das montanhas e nas tatuagens antigas que marcam rostos de seda vidrados pelo tempo."
* "A cabeça de Salomé" -- de Ana Paula Tavares --
Os cheiros, as cores, a Terra -- sempre aquela terra, vermelha, comum a todos que dela guardam os cheiros!
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Oopsss!!!
Não tem sido por falta de assunto, porque, já devem ter reparado que, se não há -- arranjo-o! Há sempre algo, nem que seja dedicar-vos uma musiquinha ao fim-de-semana...
Desta vez o afastamento foi forçado -- tenho estado sem pc.
Sim, as máquinas também têm as suas "enxaquecas"...
De quando em vez têm de "ir a Termas" à procura de mais energia -- foi o que aconteceu ao meu desta vez!
Teve um acordar rezingão, com algum barulho à mistura e, disse-me simplesmente: tschüssss.....e foi-se!
Ja!, foi assim mesmo - em alemão - que ele se despediu de mim, deixando um horrível cheiro a borracha queimada.
Eu até que o compreendi: é que não é qualquer "um" que aguenta aquele linguajar -- ainda para mais quando se está cansado...
Não quis dar ouvidos às reclamações que ele vinha fazendo havia tempo e, nessa manhã a gota d'água que faltava foi mesmo "aquele" : Auf Wiedersehen que lancei logo pela manhã.
Não se aguentou na conexão e foi-se.
Aquele cheiro a borracha queimada deixado no ar foi como que um aviso: " P'rá próxima acredita nas minhas mensagens, tá?"
Agora, aqui ando no pc da Biblioteca, a matar saudades, à espera que "ele" fique todo "arrumadinho" no seu interior complexo e prontinho a abraçar mais uns voos de janela em janela, na minha companhia!
No entanto, tenho a dizer-vos que: tenho-me aguentado bem!
Segundo o filho mais velho me confidenciou: " Até que te estás a aguentar...nem tens tido tremores..."
Claro que "esta boca" não me afectou, pois, partindo da "Nova Geração" do portátil... sem as habituais enxaquecas dos nossos "velhos companheiros": aguentam-se com mais facilidade por mais tempo.
Putos, ´tá-se mêm'a ver...!
Não tem sido por falta de assunto, porque, já devem ter reparado que, se não há -- arranjo-o! Há sempre algo, nem que seja dedicar-vos uma musiquinha ao fim-de-semana...
Desta vez o afastamento foi forçado -- tenho estado sem pc.
Sim, as máquinas também têm as suas "enxaquecas"...
De quando em vez têm de "ir a Termas" à procura de mais energia -- foi o que aconteceu ao meu desta vez!
Teve um acordar rezingão, com algum barulho à mistura e, disse-me simplesmente: tschüssss.....e foi-se!
Ja!, foi assim mesmo - em alemão - que ele se despediu de mim, deixando um horrível cheiro a borracha queimada.
Eu até que o compreendi: é que não é qualquer "um" que aguenta aquele linguajar -- ainda para mais quando se está cansado...
Não quis dar ouvidos às reclamações que ele vinha fazendo havia tempo e, nessa manhã a gota d'água que faltava foi mesmo "aquele" : Auf Wiedersehen que lancei logo pela manhã.
Não se aguentou na conexão e foi-se.
Aquele cheiro a borracha queimada deixado no ar foi como que um aviso: " P'rá próxima acredita nas minhas mensagens, tá?"
Agora, aqui ando no pc da Biblioteca, a matar saudades, à espera que "ele" fique todo "arrumadinho" no seu interior complexo e prontinho a abraçar mais uns voos de janela em janela, na minha companhia!
No entanto, tenho a dizer-vos que: tenho-me aguentado bem!
Segundo o filho mais velho me confidenciou: " Até que te estás a aguentar...nem tens tido tremores..."
Claro que "esta boca" não me afectou, pois, partindo da "Nova Geração" do portátil... sem as habituais enxaquecas dos nossos "velhos companheiros": aguentam-se com mais facilidade por mais tempo.
Putos, ´tá-se mêm'a ver...!
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Tem-me faltado pachorra para aqui vir e, por ironia -- foi uma semana em que estive sozinha em casa...podia ter-me agarrado às teclas mas: senti-me só e...stressei! Pode?
Quem tem família grande sabe do que falo -- estamos sempre a querer "calma", "paz", mas se ficamos a sós connosco: é o fim!
Já acredito na psicologia caseira da Maria Inês -- a filhota -- diz ela:
" mesmo que estejamos fartos das pessoas: elas ocupam "espaço" e quando não estão, acabamos por sentir a sua falta!"
Fiquei com os cães.
Nem sabem como são exigentes...pedem comida, água, brincadeira...depois estes como são "cães de família" -- até pedem para serem tapados quando vão para a cama. Se troveja acordam-me com medo, e querem aconchego:
-- Resumindo, não tive descanso e estive só!, com eles claro mas, só de gente como eu! Ah, também tive de dar de comer ao piriquito e tapá-lo à noite, para não apanhar frio...
Para complicar tudo e sentir-me pior: o gira-discos enguiçou! Sim, gira-discos, aqueles de fazer rodar o vinil, de buraquinho no meio qual bolo-rei.
Sim que, o dono-da-casa é um audiófilo, e não faz a coisa por menos...Neste momento tenho no activo um Gyro Dec ( J.A.Michell England) -- digo no activo porque há outros "habitando" as prateleiras dos móveis.
Pelo que vos contei e, outro tanto que fica só para mim
-- Não acham que foi uma semana "daquelas" -- como diz a minha amiga Lo.... (?)
O pior é que não a será única...terei de arranjar escape: talvez vá ao cinema para a semana que vem!, quem sabe não passe um filme "daqueles"!
Quem sabe...
terça-feira, fevereiro 06, 2007
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Hoje enviaram-me umas fotos lindas! Há muito que não via a minha rua...o Impala Cine...a Praia das Miragens!
E esta gente feliz...ai que saudades!!!!!!!
Nem faltou o símbolo da cidade...e as gentes da terra!
E esta gente feliz...ai que saudades!!!!!!!
Nem faltou o símbolo da cidade...e as gentes da terra!
domingo, fevereiro 04, 2007
sábado, fevereiro 03, 2007
José Medeiros
http://attambur.com/Noticias/20041t/tornaViagem_JoseMedeiros.htm
Esta noite na RTP África
* Tenho acompanhado o seu trabalho, por isso penso que vai agradar mais uma vez!
http://attambur.com/Noticias/20041t/tornaViagem_JoseMedeiros.htm
Esta noite na RTP África
* Tenho acompanhado o seu trabalho, por isso penso que vai agradar mais uma vez!
Ser poeta é...
Bem, este é outro poema! Não é a Florbela que hoje aqui queria trazer, não! Hoje trago o Neruda, já que há bem pouco tempo visitei um cantinho que me fez recordar isto:
"O poeta não é um "pequeno deus". Não está marcado por um destino superior ao de quem exerce outros misteres e ofícios. O melhor poeta é o homem que nos entrega o pão de cada dia: o padeiro mais próximo, que não se julga deus. Cumpre a sua majestosa e humilde tarefa de amassar, levar ao forno, dourar e entregar o pão de cada dia, com uma obrigação comunitária."
-- Pablo Neruda --
** Quando alguém como Neruda reconhece isto,
faz-nos pensar porque razão há gente tão soberba que,
quando escreve um simples texto incha que nem baiacu....
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
Recorrendo às memórias de uma sanzala onde ainda se discutia algo com pés e cabeça e, os assuntos conseguiam ser tratados com algum respeito -- volto a recordar Mia Couto.
Foi por altura dos 30 anos da Independência de Moçambique que o tema foi lançado. Muito foi dito. Acabei por me interessar pelo assunto e recorri ao próprio escritor. Quem mais senão ele que, lá tinha nascido e acompanhado todo o processo para nos dar pelo menos uma ideia doseu país? Foi nessa altura que descobri um livro muito interessante do Mia -- Pensatempos.
Foi de lá que retirei coisas importantes como estas:
" África não pode ser reduzida a uma entidade simples, fácil de entender. O nosso continente é feito de profunda diversidade e de complexas mestiçagens. Longas e irreversíveis misturas de culturas moldaram um mosaico de diferenças que são um dos mais valiosos patrimónios do nosso continente. (...) Não há cultura humana que não se fundamente em profundas trocas de alma ."
" É importante fazermos nova luz sobre o passado, porque o que se passa hoje nos nossos países não é mais do que a actualização de conivências antigas entre a mão de dentro e a mão de fora. Estamos revivendo um passado que nos chega tão distorcido que não somos capazes de o reconhecer."
O QUE SOMOS --- um espelho à procura da sua imagem --
E foi deambulando pelos Pensatempos que descobri algo que me encantou e com o qual termino:
POBRES DOS NOSSOS RICOS -----" A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza . Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de "endinheirados". Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego . Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro . Ou pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele . " A verdade é esta: são demasiado pobres os nossos "ricos" . Aquilo que têm, não detêm. Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas." Pobres dos nossos riquinhos! São como a cerveja tirada à pressão . São feitos num instante mas a maior parte é só espuma . O que resta de verdadeiro é mais o copo que o conteúdo. Podiam criar gado ou vegetais . Mas não. Em vez disso, os nossos endinheirados feitos sob pressão criam amantes . mas as amantes ( e/ou os amantes) têm um grave inconveniente : necessitam de ser sustentadas com dispendiosos mimos . O maior inconveniente é ainda a ausência de garantia do produto . A amante de um pode ser, amanhã, amante de outro . O coração do criador de amantes não tem sossego: quem traiu pode ser traído ."
Finalizando: -- PODEM COMPRAR APARÊNCIAS, MAS NÃO PODEM COMPRAR O RESPEITO E O AFECTO DOS OUTROS --
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
Ontem foi um dia especial!
Tive a visita de um amigo de longe...
Andei numa azáfama para tentar comprar um livro que ele ainda não tivesse mas, converteu-se numa tarefa difícil. Inicialmente, até que me pareceu fácil. Ele está longe, não tem o acesso à literatura que vai saindo por cá, por isso até que a coisa estaria facilitada à partida -- pensava eu!
Telefonou-me -- tinha o mesmo problema -- << ...para que não te ofereça algo que já tenhas, diz-me que CD gostarias de ter...?>>
Claro que, perante tamanha franqueza, senti que, poderia fazer o mesmo e perguntei: << ... já agora, tens o Primeiro Negreiro do Miguel Real...?>>
Desilusão: já tinha! Perguntei por outros e a resposta foi a mesma. Sem problemas resolvemos a questão -- o encontro seria na Livraria e aí faríamos a troca. Assim foi. Ontem, chegado o momento tão esperado, fizemos a troca. Satisfeitos e felizes, lá fomos nós depois do "primeiro encontro" entre três amigos que, só se conheciam virtualmente. Bem mas, o contacto virtual começou num espaço lusófono onde "meia sanzala" conhece a outra meia -- não "navegámos" no escuro. Até porque, já no ano precedente tinhamos conhecido a "cara-metade" do nosso amigo e, a amizade continuou fluindo. Até deu tempo que o nosso amigo fosse avô, vejam bem!
Ora, ia eu dizendo que, lá fomos nós, já aviados de literatura para o nosso passeio. Podemos dizer que fomos gentilmente "aparicadas". O dia esteve soalheiro e pudémos assim dar largas à nossa alegria. Acabámos num alegre jantar já às portas de casa, onde a garota que nos serviu à mesa pôde participar "à força" -- visto que o nosso amigo a provocava constantemente com simples perguntas divertidas.
Ficou assim registada nestas simples linhas um dia em que conseguimos reunir a Sombra da Mulemba ao vivo & a cores!
Foi o que restou de uma sala virtual sempre à cunha mas, lá vem a frase bem popular e antiga: mais vale poucos e bons...
Para o ano, cá estaremos -- estou certa!, e quem sabe se também...um segundo netinho para "apaparicarmos".
Boa viagem amigo! Gostámos muito de te conhecer: ao vivo!
Kandandus!!!
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