terça-feira, dezembro 04, 2007

Poema do Fecho-Éclair


Filipe II tinha um colar de oiro,
tinha um colar de oiro com pedras rubis.
Cingia a cintura com cinto de oiro,
com fivela de oiro,
olho de perdiz.

Comia num prato
de prata lavrada
girafa trufada,
rissóis de serpente.
O copo era um gomo
que em flor desabrocha,
de cristal de rocha
do mais transparente.

Andava nas salas
forradas de Arrás,
com panos por cima,
pela frente e por trás.
Tapetes flamengos,
combates de galos,
alões e podengos,
falcões e cavalos.

Dormia na cama
de prata maciça
com dossel de lhama
de franja roliça.

Na mesa do canto
vermelho damasco,
e a tíbia de um santo
guardada num frasco.

Foi dono da Terra,
foi senhor do Mundo,
nada lhe faltava,
Filipe Segundo.

Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safiras, topázios,
rubis, ametistas.
Tinha tudo, tudo,

sem peso nem conta,
bragas de veludo,
peliças de lontra.
Um homem tão grande
tem tudo o que quer.

O que ele não tinha
era um fecho-éclair.


António Gedeão

4 comentários:

KImdaMagna disse...

Seja bem vinda mana xadi.
não se esconde durante muito tempo.

ASbraço.

Kim

Chá de Lucia Lima disse...

Oiêeeee!!!!!

Pois é, mas k fazer...? Isto anda assim, "a modos que"... :-/

Kandanduuu

Antonio José Seabra disse...

Pois é coitado do Filipe não tinha o fecho éclair !! O que seria no tempo das armaduras sem um abre-latas !!!!
Nem quero pensar

KImdaMagna disse...

Assim das minhas 165 postagens de idade vos convido para o BATUKE.
Traje obrigatório: O lugar mais alto das vossas existências.
Preço da entrada: ALEGRIA
http://kimangola.blogspot.com/2007/12/ano-i.html
Kim