sexta-feira, outubro 27, 2006




Como se deve depreender...não tenho estado por cá. Fui até à capital! Raramente as coisas batem certas comigo -- quando não programo -- no entanto desta vez tive uma sorte rara. Tinha eu acabado de chegar, lembrei-me de dar "um toque" para uma amiga:

-- Estou em Lisboa! Estás em Bijeu?! ( foi mesmo assim que escrevi a minha mensagem)

Para meu espanto recebo de imediato uma chamada e...fiquei "atarantada" qual barata tonta sem perceber logo de início o que me estava a acontecer.

Do outro lado -- consegui por fim ouvir:

-- Também estou em Lisboa! Estou a tirar bilhetes para o documentário do Ondjaki, queres que tire um para ti também...?!

Seria aquilo real? Estaria a acontecer comigo...?

OXALÁ CRESÇAM PITANGAS -- Histórias de Luanda.

Não consigo transcrever a emoção que foi ver a sala da Culturgest cheia, como se costuma dizer: a rebentar p'las costuras!
Como foi bom, estar no meio "da nossa gente", poder compartilhar as mesmas emoções e ver em como aquele povo -- o nosso povo -- continua a sorrir mesmo na adversidade!

Ondjaki é para mim, um dos maiores escritores angolanos da actualidade. Tem uma escrita
diferente. Gosto sobretudo, da maneira que lhe é peculiar, em avançar e recuar no tempo, sem que percamos o "fio à meada"!

Foi uma noite inesquecível!

Oxalá...cresçam pitangas!




sexta-feira, outubro 20, 2006


Há três dias que por aqui chove!
Engraçado, sou uma pessoa alegre mas,
sempre que chove, a primeira coisa que me vem à lembrança
é o refrão de uma das canções do Fernando Girão:

Cai neve Em Pleno Verão

" Cai neve em pleno Verão, e dentro da nossa alma
Nós não queremos compaixão
Só um pouco de atenção
E a solução para os nossos traumas

Cai neve em pleno Verão
E sangra o nosso coração."

Nem sequer fala em chuva,nem eu sou
de melancolias mas, o que é certo é que,
estas palavras me assaltam, sempre que as
primeiras chuvas caem...






quinta-feira, outubro 19, 2006


Se há coisas que me perseguem -- frases, imagens -- esta frase , encontrada num livro da escritora, Irene Lisboa, é uma delas:

" Amigo, apareceste, desapareceste...É o teu hábito, bem sei. Escrevo-te, como tantas vezes te escrevi já (...)
São cartas que não pedem resposta, são minutos de desabafo."

"Solidão" -- Irene Lisboa

Isto porque, é assim que eu entendo a amizade. Pena é que -- talvez -- devido à era alucinante em devaneios...por vezes, desacredita-se em amizades desinteressadas. Depois,coabitaremos sempre com a dor, de que: se tivessem confiado em nós -- até hoje poderíamos partilhar -- dividindo solidões...
Fará isto sentido?
-- Para mim faz!

quarta-feira, outubro 18, 2006


Ao Poeta
aqui deixo



António Ramos Rosa

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

***
Hoje não podia sair daqui sem que, vos deixasse este belo poema do António Ramos Rosa -- esse grande poeta hoje homenageado. Lindo, não é?!

Acho que me estou a aguentar!, já vai no 3º dia. Tenho de melhorar, eu sei. Foi por isso mesmo que, me fiz à estrada por esta via blogueira, lolll. Gosto de uma boa prosa com gente de conteúdo rico -- que não tenha só um invólucro agradável -- entendem?! Como costumo dizer, quando estou com uma amiga muito querida -- essa sim, com conteúdo: " Mesmo que tenha olho de vidro e perna-de-pau, se tiver um conteúdo rico -- está tudo salvo!" Não brinco, não,...sempre fui assim. Desde que me conheço. Embalo numa boa conversa, numa bonita voz e sobretudo em boas maneiras!, sim, aquelas que já estão em desuso. Sou assim...que fazer...?!

terça-feira, outubro 17, 2006

"Acendemos paixões no rastilho do próprio coração. O que amamos é sempre chuva, entre o voo da nuvem e a paixão do charco. Afinal, somos caçadores que
a si mesmo se azagaiam. No arremesso certeiro vai sempre um pouco de quem
dispara." -- Mia Couto --

Há sempre um destinatário, mesmo quando os sentimentos não nos saem por palavras e se convertem em escrita. Nunca falamos para nós próprios, ainda que afirmemos o contrário -- há sempre um destinatário!
Mas será que nos entende? Será que entende o nosso código? Ou simplesmente
passa ao lado, achando que nada daquilo lhe diz respeito?
Acreditemos que, pelo menos: o nosso destinatário, nem que seja na última página, decifre o nosso código!
Então, talvez tudo aconteça: até o desencontro !


Suavemente..como quem à sombra da laranja - lima medita, por aqui irei passando. Devagar, devagarinho qual folha caindo...sem no entanto deixar de dizer, o que houver a contar - qual rastilho,seguido por quem atrás vier!


segunda-feira, outubro 16, 2006

Cansada...isto de criar um blog dá uma trabalheira incrível! Especialmente quando somos totalmente azelhas mas -- queremos à viva força ser como os outros! Nada disso!, estou a brincar. O dia foi realmente mais cansativo do que esperava. Pensei ter hoje tempo suficiente para "criar" o meu Chá de Laranja Lima com calma mas...acabou por ser um pouco à pressa. Mesmo assim -- avancei com a ideia: é hoje!
E foi!
Amanhã será outro dia, dizemos nós...
Vamos ver o que o "amanhã" nos irá reservar.